sexta-feira, junho 16, 2006

Chove? Nenhuma Chuva Cai...

Chove? Nenhuma chuva cai...
Então onde é que eu sinto um dia
Em que ruído de chuva atrai
A minha inútil agonia

Onde é que chove, que eu o ouço?
Onde é que é triste, ó claro céu?
Eu quero sorrir-te, e não posso,
Ó céu azul, chamar-te meu...

E o escuro ruído da chuva
É constante em meu pensamento.
Meu ser é a invisível curva
Traçada pelo som do vento...

E eis que ante o sol e o azul do dia,
Como se a hora me estorvasse,
Eu sofro... E a luz e a sua alegria
Cai aos meus pés como um disfarce.

Ah, na minha alma sempre chove.
Há sempre escuro dentro de mim.
Se escuro, alguém dentro de mim ouve
A chuva, como a voz de um fim...

Os céus da tua face, e os derradeiros
Tons do poente segredam nas arcadas...

No claustro seqüestrando a lucidez
Um espasmo apagado em ódio à ânsia
Põe dias de ilhas vistas do convés

No meu cansaço perdido enre os gelos,
E a cor do outono é um funeral de apelos
Pela estrada da minha dissonância...

by Fernando Pessoa

quarta-feira, junho 07, 2006

Agenda para Junho de 2006

o2,03 e 09 a partir das 21h30, Duq's Restaurante & Bar - Atrium Saldanha

Maria João Matos (voz) Anthony Wheeldon (Guitarra)




CATACUMBAS JAZZ BAR
(...)a partir das 23h30, dia 15 (5ªfeira)trio com:
Maria João Matos - Voz
Luís Cunha - Trombone
Luís Barrigas - Piano