esse sorriso jamais esmorecia...
quinta-feira, junho 12, 2008
Alegria
esse sorriso jamais esmorecia...
quarta-feira, junho 11, 2008
Dimensões
segunda-feira, junho 02, 2008
O rosto de uma lágrima
Diz-me,
depois de ti que nome posso ter
o tempo passa e eu não sei esquecer
essa hora morna de prazer
essa hora doce de querer
O tempo passa e eu só sei esperar
do miradouro sonho-te a chegar
ao meu corpo casa de morar
flor vermelha que abre devagar
Quem sou agora não posso saber
a minha alma não soube reter
faz-se silêncio ao anoitecer
as aves choram quem não deixam ver
rasga a distância, volta, meu amor
rasga a distância, volta, meu amor
Depois de ti que nome posso ter
o tempo passa e eu não sei esquecer
essa hora morna de prazer
essa hora doce de querer
Depois de ti que nome posso ter
Depois de ti que nome posso ter
por Eugénia de Vasconcellos
*buji*
domingo, junho 01, 2008
Projecto ADUF: Co-Produção Do CCC Estreou Com Sucesso Nas Caldas Da Rainha
Dez anos depois de ter sido concebido para a Expo 98, o projecto ADUF foi recriado e voltou a estrear, a 30 de Maio, com uma nova roupagem no Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha.
Um espectáculo de sons fortes, mas também com uma grande componente visual, onde imperavam os adufes de grandes dimensões que deram todo um aspecto invulgar ao palco. O mentor do projecto, José Salgueiro, contou desta vez com a participação de José Peixoto (ex-Madredeus) que compôs a maior parte das músicas. “Foi uma partilha. Ele compôs as melodias e eu compus os arranjos”, explicou José Salgueiro.
É uma música com o espírito da cultura portuguesa, particularmente com um perfume do Sul e do Mediterrâneo. “Se calhar somos mais isso do que europeus”, disse.
O adufe (uma espécie de pandeiro quadrangular) é um instrumento português típico da Beira Baixa, mas com origens árabes. Para além dos adufes, ouviram-se também uma série de outros instrumentos de percussão e de sopro, mas também a guitarra eléctrica de José Peixoto e a voz sensacional da jovem Maria João Matos.
Na concepção do espectáculo original esteve a procura de ligações entre o passado e o presente, a sua utilização popular e tradicional e as abordagens mais contemporâneas.
O novo desafio consiste em manter entre o passado e o presente do ADUF, mas ao mesmo tempo explorar novos caminhos, novas sonoridades, novos diálogos e novas parcerias artísticas.
Para isso contribuem a utilização de meios audiovisuais no espectáculo e a introdução de novos ritmos, urbanos e industrializados, dando um testemunho de contemporaneidade.
José Salgueiro admite também que no espectáculo há algum experimentalismo e improvisação. “Isso é inevitável, porque eu venho do jazz e gosto mesmo é deimprovisar”, afirmou. No entanto, sabe que a música improvisada “não é algo que possa chegar a muita gente” e por isso há que haver um compromisso entre o improviso e um programa definido. “O experimentalismo só nos faz é bem, porque temos de abrir os horizontes”.
Foi o director do CCC, Carlos Mota, quem convidou José Salgueiro a voltar a fazer o Aduf, que tinha tido muito sucesso na Expo 98, numa co-produção com o Centro Cultural. “Fiquei deliciado com o convite. Aceitei o desafio e a partir desse momento fiquei comprometido com ele”, explicou o artista.
A colaboração com José Peixoto, que fez parte do grupo Madredeus, surge devido a uma antiga ligação entre os dois músicos. “O primeiro grupo que eu tive, quando tinha 18 anos, foi com José Salgueiro”, contou José Peixoto. Sempre seguiram os seus próprios caminhos, mas houve sempre colaborações entre os dois. “O ADUF acabou por ser um pretexto para voltarmos a trabalhar juntos”, disse o músico que em 2005 ganhou o troféu de melhor guitarrista do ano.
Foram dois meses de trabalho intenso para ter o espectáculo pronto para a data marcada. O CCC acabou por se associar às “comemorações” dos dez anos da exposição mundial que em 1998 revolucionou Lisboa, da mesma forma que este espaço cultural veio revolucionar as Caldas da Rainha e a região Oeste.
José Salgueiro elogiou muito as condições acústicas e técnicas do CCC, dizendo-se muito feliz com o facto de existir um local como este fora das grandes cidades. Também José Peixoto ficou surpreendido com o CCC, tendo comentado é importante que haja também um suporte financeiro que apoie estes espaços para que haja um bom programa cultural.
Na sua opinião, não houve nenhuma diferença em fazer a estreia nas Caldas ou em Lisboa e Porto, para além do facto de poder vir a ter eventualmente mais público. Mesmo assim, conseguiu fazer com que viesse muita gente de Lisboa, principalmente os seus amigos do mundo da música.
José Salgueiro espera agora convites para apresentar este projecto noutras salas do país. “Queremos apresentar uma música alternativa, diferente daquele que as pessoas estão habituadas”, afirmou.
Carlos Mota acha que este projecto representa uma nova tendência que pode ser definida como a nova música tradicional portuguesa.